Economias emergentes vão ultrapassar países desenvolvidos na geração de energia renovável

Nos próximos 25 anos, as economias emergentes, como o Brasil, deterão maior capacidade de geração de energia renovável – a partir de bases agrícolas, por exemplo - em relação aos países pertencentes à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). 

É o que aponta estudo recém-divulgado pela Bain & Company. Composta por 34 nações, a OCDE reúne os países mais industrializados do mundo, com algumas exceções, entre as quais México, Chile e Turquia.

O relatório, porém, ressalva que os emergentes terão que, até 2040, praticamente dobrar seus investimentos em energia para conseguirem atender às demandas crescentes de suas economias, saltando dos atuais US$ 250 bilhões aplicados anualmente para cerca de US$ 495 bi.

De acordo com a projeção, este incremento de capital é imprescindível devido ao efeito combinado de fatores como crescimento populacional e avanço do consumo, que acarretam na necessidade de aumento do investimento em energias renováveis.

Segundo o estudo, os emergentes terão que competir com os países membros da OCDE na batalha para atrair o investidor privado, já que o setor público será incapaz de atender a demanda por capital.

“As economias em desenvolvimento podem encontrar dificuldades para atrair investidores privados, muitas vezes cautelosos com os retornos voláteis dessas economias, decorrentes da situação econômica instável e da existência de políticas e regulamentos opacos”, alerta Antônio Farinha, sócio da Bain & Company.

O trabalho sustenta, ainda, que a criação e consequente consolidação de um ambiente regulatório favorável ao investimento privado passam pela adoção de medidas destinadas à redução do risco e diminuição dos custos de capital, bem como por maior injeção de recursos em educação, pesquisa e desenvolvimento.