Segunda, 17 de Abril de 2023 - 09h15
Indústria de etanol de milho tem elevado potencial para estocar carbono no solo
Nessa modalidade, carbono é comprimido e liquefeito na fermentação do milho durante a fabricação do biocombustível
DATAGRO
O estoque de carbono em solo é uma das novas apostas da indústria de etanol que desponta em Mato Grosso. A atividade é desenvolvida pela técnica de Bioenergia com captura e estocagem de carbono (BECCS). O primeiro projeto no Estado acontece em Lucas do Rio Verde (a 331 km de Cuiabá), com investimento previsto de R$ 350 milhões. A expectativa é que as primeiras etapas do processo já comecem em maio deste ano.
Nesse sistema, que já funciona em outros países, o carbono é comprimido e liquefeito na fermentação do milho durante a fabricação do etanol, explica a diretora executiva das Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso (Bioind), Lhais Sparvoli ao ""RDNews" em matéria de Kethlyn Moraes.
“É feita uma perfuração no solo e o carbono é colocado a 2km de profundidade, como se fosse em uma espécie de bolsão. Isso é uma floresta embaixo da terra. Ao invés de eu ter só a manutenção de reservas legais e de Áreas de Preservação Permanente (APPs) estocando carbono, eu tenho a indústria estocando também. Isso vai reduzir a emissão de carbono desse setor”, explica.
De acordo com Lhais, Mato Grosso tem a possibilidade da estocagem justamente pela formação geológica do estado. “Nós temos uma espécie de bolsão profundo embaixo do solo, com uma placa em cima. Essa placa segura o carbono embaixo da terra. Essa geologia permite que outras indústrias adotem essa inovação e não só a do etanol de milho”, afirma.
De acordo com dados apresentados pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Brasil ocupa o primeiro lugar entre os 15 países que detêm o maior potencial para estocar carbono no mundo.
Os solos agrícolas podem funcionar, ao mesmo tempo, como fonte e estoque de carbono. Por serem um dos Gases de Efeito Estufa (GEEs), se manejados de forma inadequadas, vão emitir carbono para a atmosfera, contribuindo para o aquecimento global. Mas se usados de forma sustentável, podem sequestrar o carbono e estabilizá-lo no solo.
“Isso é extremamente importante em um cenário em que tenho metas de cumprimento de carbono zero. O etanol já descarboniza, só pela substituição da gasolina, 40,9 milhões de toneladas de carbono por ano. Com o BECCs, o potencial é chegar a 77 milhões de toneladas por ano até 2032”, afirma Lhais.
Por ser um sistema complexo, Lhais explica que o processo tem diversas etapas e nos próximos meses começam apenas os primeiros passos. “O estudo de viabilidade e de impacto ambiental é extremamente rigoroso, porque não pode haver um retorno desse carbono para o ar. Então o local precisa ter capacidade de estocar e reter esse carbono no solo”.
Depois da conclusão desse estudo de viabilidade, nos próximos meses devem começar a perfuração do poço experimental para garantir que as rochas possam comprovar a sua permeabilidade. Só na fase final será construída a unidade de compressão e feita a perfuração do poço definitivo.
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