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Sexta, 02 de Março de 2018 - 15h18

Volume de soja destinado à fabricação de biodiesel crescerá 27,5%

Estimativa é que esmagamento do grão direcionado ao biocombustível avance para 18,5 milhões de toneladas com a implantação do B10

DATAGRO

A mistura de 10% de biodiesel (B10) ao diesel mineral começou a valer a partir desta quinta-feira (01º.). A decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), presidido pelo ministro Fernando Coelho Filho, de antecipar em um ano o B10, traz benefícios imediatos, diz a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). 

O Brasil substituirá mais 2% do consumo de diesel mineral por biodiesel, que é mais saudável e renovável, enquanto países europeus ameaçam paralisar a frota de carros a diesel para atingir metas de redução de poluição, por não disporem de maior oferta de biocombustíveis.

O aumento da mistura do biodiesel reforçará ainda mais a liderança mundial do país em matéria de participação de biocombustíveis, posição registrada pela OCDE em seu relatório sobre o Brasil divulgado nesta semana. O País é campeão na economia verde e limpa, que gera empregos e agrega valor à produção. De acordo com o documento, a participação de fontes renováveis no suprimento de energia, no Brasil, é de 44%, ante 9% nos países da OCDE.

Processamento 

A Abiove projeta que a demanda por óleo de soja, principal matéria-prima utilizada na fabricação de biodiesel, passará de 2,9 milhões de toneladas para 3,7 milhões de toneladas em 2018. Com isso, a necessidade de soja para esmagamento relacionada ao biodiesel aumentará de 14,5 milhões de toneladas para 18,5 milhões de toneladas, incremento de 27,5%. .

Com a elevação do processamento de soja para a produção de biodiesel, haverá maior disponibilidade de farelo proteico, insumo estratégico para a produção de carnes. A Abiove estima para este ano aumento de 1,2% na demanda interna, de 16,6 milhões de toneladas, e de 13,3% (16,2 milhões de toneladas) nas exportações de farelo.

A demanda por biodiesel deverá ser de 5,5 bilhões de litros, em relação a 4,3 bilhões de litros em 2017. A autorização para a vigência do B10 esteve condicionada a resultados bem-sucedidos de testes em motores. Esse bom desempenho foi comprovado por um grupo de trabalho coordenado pelo Ministério de Minas e Energia.

A partir de 2019, estando concluídos os testes em motores, a legislação prevê que o Conselho Nacional de Política Energética poderá estipular aumentos da mistura obrigatória até B15. O cronograma ainda será definido pelo governo. O uso de misturas mais elevadas até B20 ou B30, de forma voluntária, já é permitido, desde que solicitado por consumidores frotistas às distribuidoras de combustíveis.

Benefícios socioambientais 

Um dos principais benefícios do biodiesel é o relacionado à redução das emissões de gases de efeito estufa em 72%, em comparação ao diesel mineral, e de 20% em relação ao material particulado e ao monóxido de carbono. Outro benefício do aumento do teor da mistura de biodiesel é a maior substituição de diesel mineral importado pelo biocombustível brasileiro, o que implica ganhos para o PIB e para o mercado de trabalho.

Com a elevação do percentual da mistura, haverá expansão da capacidade produtiva das empresas, o que deverá implicar abertura de novas vagas de trabalho de forma direta e indireta e pelo efeito renda, avalia a Abiove.


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