Quinta, 07 de Agosto de 2025 - 10h44
Agronegócio responde por 13% da potência instalada de geração distribuída no Brasil, aponta ABGD
Classe de consumo rural de GD cresceu cerca de 60% em dois anos, passando de 3,5 GW para 5,6 GW entre junho de 2023 e junho de 2025
DATAGRO
O agronegócio brasileiro já concentra 13% da potência instalada de geração distribuída (GD) no país. A classe de consumo rural registrou um crescimento expressivo de cerca de 60% em dois anos, saltando de 3,5 GW em junho de 2023 para 5,6 GW em junho de 2025, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) reunidos pela Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD). A potência instalada total de GD no Brasil já supera os 42 GW. A modalidade, que consiste na produção de energia elétrica próxima ao local de consumo, está presente em mais de 5.500 municípios e vem ganhando força como solução estratégica no meio rural.
A busca por fontes confiáveis de energia acompanha o avanço do próprio agronegócio, que pode atingir 29,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025, a maior participação em 22 anos, impulsionada por uma safra recorde de soja e pelo aumento da produção em diversos segmentos, de acordo com estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em parceria com o Cepea/Esalq-USP.
“Nesse cenário, a energia elétrica deixou de ser apenas um insumo operacional e passou a ser considerada um pilar estratégico para garantir produtividade, competitividade e sustentabilidade no campo. Nesse contexto, a GD tem papel estratégico na diversificação da matriz energética. Permite reduzir emissões, amplia o acesso à energia em regiões distantes e garante maior previsibilidade no fornecimento, sem depender de combustíveis fósseis ou da oscilação hídrica”, afirma Carlos Evangelista, presidente da ABGD.
Segundo Evangelista, a GD proporciona ganhos significativos ao setor rural. “Propriedades antes sujeitas a falhas frequentes ou fora do alcance da rede tradicional passaram a contar com fornecimento contínuo por meio dos recursos da geração distribuída. O resultado é maior autonomia, redução de perdas na produção e queda expressiva nos custos com energia”, completa.
Além do impacto econômico, a adoção de fontes renováveis reforça o alinhamento do agronegócio com metas ambientais e práticas ESG, exigidas por mercados internacionais. A GD também se destaca como instrumento de inclusão, ao democratizar o acesso à energia limpa para pequenos e médios produtores, ampliando sua competitividade.
Cooperativas rurais e projetos de geração compartilhada com financiamento acessível têm ganhado espaço em diversas regiões, contribuindo para o desenvolvimento regional e a sustentabilidade das cadeias produtivas.
:: Armazenamento amplia eficiência e segurança energética no campo
Para a ABGD, a inclusão de sistemas de armazenamento (storage) na geração distribuída potencializa ainda mais os benefícios da GD no meio rural. “Em algumas regiões do país, o armazenamento já é economicamente viável, demonstrando seu potencial de expansão imediata. Com baterias integradas, os produtores podem armazenar o excedente de energia gerado durante o dia e utilizá-lo em períodos de baixa produção ou maior demanda, como à noite ou em dias nublados. Isso reduz a dependência da rede elétrica, garante maior estabilidade no fornecimento e amplia a autonomia das propriedades, especialmente em áreas remotas. Além disso, o armazenamento contribui para a resiliência do sistema energético como um todo, minimizando os efeitos de oscilações e interrupções no fornecimento convencional”, avalia Evangelista.
“Facilitar e ampliar o acesso à geração distribuída é fundamental para estimular investimentos no campo. Em um cenário de crise climática, desafios logísticos e oscilações no sistema elétrico, a GD se consolida como instrumento para resiliência, inovação e crescimento sustentável”, conclui o presidente da ABGD.
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