DATAGRO eleva estimativa da safra 2023/24 de soja para 148,990 milhões de toneladas

A DATAGRO Grãos, em seu décimo levantamento sobre a safra 2023/24 de soja do Brasil, confirma o 17º ano consecutivo de incremento da área plantada, com a nova estimativa passando de 45,935 milhões de hectares para 46,085 mi de ha, o que representa um aumento de 3,1% ante a temporada 2022/23, quando foram semeados 44,694 mi de ha. A intenção de plantio, divulgada em julho do ano passado, apontava 45,724 mi de ha – apenas 361 mil ha de diferença com o atual número.

“Na temporada 2023/24 da soja no Brasil, os produtores ainda estavam estimulados ao cultivo, mas sem a força dos anos anteriores. Os fatores de estímulo até predominaram, mas foram limitados por conta da queda nos preços e das expectativas de margens apertadas”, comenta Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de conteúdo da DATAGRO Grãos.

Apesar do positivo padrão tecnológico, a safra vai fechando com perdas consideráveis. Mas a expectativa de produtividade saiu de 3.213 kg/ha em maio para 3.233 kg/ha em junho, ainda assim, 10,2% inferior aos 3.602 kg/ha do recorde alcançado na última safra.

“A safra 2023/24 aconteceu sob um El Niño de forte intensidade, trazendo clima muito irregular em praticamente toda a região produtora, com chuvas acima da média no Centro-Sul – especialmente na região Sul –, mas abaixo do normal no Centro-Norte, depois com chuvas limitadas e espaçadas, com ocorrência de veranicos na parte ao norte do Centro-Sul; e finalmente com as enchentes no Rio Grande do Sul”, explica França Junior.

A expectativa de produção passou de 147,571 milhões de toneladas para 148,990 mi de t. Em caso de confirmação, esse volume ficaria 7,4% aquém da safra recorde colhida em 2022/23, de 160,834 mi de t – ainda assim, a segunda maior da história.

:: Milho

O levantamento de junho da DATAGRO Grãos manteve a projeção para a área semeada de milho de verão em 4,052 mi de ha – 2,652 mi de ha no Centro-Sul e 1,400 mi de ha no Norte/Nordeste –, 200 mil ha a menos do que o apontado na intenção de plantio, o que representaria uma retração de 10,1% ante a temporada anterior.

“Além de alguma redução no padrão tecnológico, a safra foi marcada novamente por irregularidade climática, incluindo chuvas em excesso no começo, falta de chuvas no final e pelas enchentes no Rio Grande do Sul no final da colheita”, ressalta França Junior.

Nesse cenário, a expectativa de produção recuou de 23,791 mi de t apontadas no mês passado para 23,740 mi de t – 17,790 mi de t no Centro-Sul e 5,950 mi de t nas regiões Norte/Nordeste –, 14,8% inferior à também prejudicada safra colhida em 2023, de 27,864 mi de t.

Para a safra de inverno 2024, houve novamente leve redução na área, de 17,207 para 17,197 mi de ha no total Brasil, 7,6% abaixo dos 18,620 mi de ha de 2023 – 14,317 mi de ha do Centro-Sul e 2,880 mi de ha do Norte/Nordeste.

Em nível nacional, o potencial de produção da 2ª safra foi ajustado de 90,515 para 90,397 mi de t, 16,8% aquém das 108,595 mi de t da safra de 2023 – 81,046 mi de t do Centro-Sul e 9,351 mi de t do Norte/Nordeste.

No total das duas safras, o Brasil tem previsão de área para 2023/24 de 21,249 mi de ha, 8,1% abaixo dos 23,126 mi de ha de 2023, e produção potencial agora de 114,137 mi de t,16,4% inferior à safra de 2022/23, quando foram colhidas 136,459 mi de t.