Quarta, 09 de Novembro de 2022 - 14h52
Soja: sustentabilidade e classificação estão entre os principais desafios do setor
Temas estão sendo discutidos no seminário da Embrapa "Desafios da Liderança Brasileira no Mercado Mundial da Soja"
DATAGRO
Cerca de 200 representantes da cadeia produtiva da soja - pesquisadores, agentes governamentais, representantes das indústrias e de produtores rurais - estão reunidos no Seminário ‘Desafios da Liderança Brasileira no Mercado Mundial da Soja’, realizado nos dias 8 e 9 de novembro, na Embrapa Soja, em Londrina (PR).
Um dos temas que chama atenção é o debate sobre a revisão do padrão oficial de classificação da soja. O coordenador geral de qualidade vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Hugo Caruso, diz que a ideia é propor parâmetros que possam conciliar as expectativas dos produtores, compradores, processadores e exportadores de soja uma vez que a proposta apresentada em seminário realizado em setembro, em Brasília (DF), não foi aceita. Após as discussões, a proposta irá à consulta pública. “Como nas discussões anteriores não houve consenso entre os representantes da cadeia, estamos apresentando uma nova proposta conciliatória. Queremos mediar essa discussão, mas quem tem que decidir o que é melhor para a cadeia produtiva é o próprio setor”, diz.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Soja, Marcelo Álvares de Oliveira, o objetivo do Seminário é discutir esse e outros temas que possam antecipar soluções para manter a liderança brasileira no setor. “Estamos debatendo diferentes aspectos da competitividade da cadeia da soja sob o ponto de vista técnico e de qualidade da oleaginosa”, ressalta. Outras temáticas abordadas no primeiro dia de evento destacaram os impactos da biotecnologia na produção brasileira e mundial, a importância da manutenção de elevados teores de proteína na soja e os biocombustíveis obtidos a partir de óleos vegetais, como o biodiesel.
O presidente do Comitê de Contratos Externos da Associação Brasileira dos Exportadores de Cereais (ANEC), Marcos Amorim, comenta que a realização do seminário é fruto de uma rede de parcerias que entende que o desenvolvimento do agronegócio brasileiro foi sempre pautado na adoção de tecnologias. “Tanto a indústria que processa o grão, quanto quem exporta, considera que a busca pela melhoria da qualidade da soja nacional deve ser uma constante e que precisamos investir em tecnologia para reduzir os desafios e ampliar as oportunidades”.
Para André Nassar, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE), entre os desafios para a cadeia produtiva estão as questões relacionadas à sustentabilidade e à eliminação do desmatamento. “Os compradores de soja, liderados pela Europa, querem conhecer a origem do que estão comprando. Dessa forma, a nossa atividade que era de comprar, processar e comercializar o grão, passa a ser também de rastrear a origem”, afirma Nassar. Outro aspecto apontado são as questões referentes à logística, especialmente com relação aos grãos que são exportados pelos portos do Pará. “Transportar soja pela BR 163, pelas limitações que existem, é um desafio enorme e entendo que a logística nessa região precisa ser mais eficiente”. Além disso, Nassar aponta ser necessário recuperar os patamares propostos na mistura do biodiesel no diesel. “Hoje a mistura é de 10% de biodiesel, mas deveríamos estar em 14%, o que causou prejuízos ao setor”.
Agenda ESG - Na conferência de abertura, a diretora de finanças sustentáveis da Proactiva, Dulce Benke, apresentou as perspectivas e os impactos na cadeia da soja da agenda Environmental, Social and Governance (ESG) - que corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização. Benke explicou que os critérios ESG estão relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), iniciativa mundial da Organização das Nações Unidas (ONU) e outras entidades internacionais. “A adoção de práticas ESG entrou nas agendas corporativas por determinação do setor financeiro e de demandas de diferentes mercados. A soja brasileira faz parte de uma cadeia global e precisa estar atenta às regulamentações referentes às boas práticas ambientais, de direitos humanos e de governança para atender às demandas de diferentes mercados e dos possíveis financiadores e investidores que se quer alcançar nessa cadeia”, defende.
Promovido pela Embrapa Soja, o seminário tem o apoio da ABIOVE (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, ACEBRA (Associação das Empresas Cerealistas do Brasil), ANEC (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais), ASCB (Associação das Supervisoras e Controladoras do Brasil), OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e Sindirações (Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal).
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