DATAGRO projeta alta de 2% na área de grãos e oleaginosas no Brasil em 2026

O Brasil deve ampliar novamente sua área de grãos e oleaginosas em 2026, segundo o novo levantamento da DATAGRO Grãos. A estimativa é de crescimento de 2% na área plantada, alcançando 84 milhões de hectares, o que marcaria o 15º ano consecutivo de expansão.

:: Produção de cereais

A projeção inicial para os cereais aponta área de 32,147 milhões de hectares, frente a 31,654 milhões de hectares em 2025. Caso as condições climáticas sejam regulares, a produção pode chegar a 172,3 milhões de toneladas, nível semelhante ao recorde histórico da safra em colheita neste ano. O milho se mantém como protagonista, representando mais de 80% da produção de grãos do país, com estimativa de 141,563 milhões de toneladas em 22,717 milhões de hectares.

Segundo Flávio França Jr, líder da área de pesquisa da DATAGRO Grãos, os preços favoráveis e a boa renda dos produtores sustentam a expansão. Ele ressalta que a alta é certa no milho verão, com previsão de +4% na área, enquanto o milho inverno dependerá do clima e do mercado nos próximos meses.

Entre outros destaques, o arroz e o feijão devem apresentar um recuo na área de 6% e 2%, respectivamente, em função dos preços muito mais baixos. Já o sorgo tem expectativa inicial de aumento de 6% na área, depois do avanço de 10% na safra deste ano.

:: Oleaginosas

Entre as oleaginosas, a área deve crescer 2%, para 51,9 milhões de hectares, com potencial produtivo de 192,4 milhões de toneladas, 5% acima de 2025. A soja continua puxando o avanço, devendo alcançar 49,1 milhões de hectares e produção estimada em 182,9 milhões de toneladas, confirmando o 19º ano consecutivo de expansão da cultura.

Já o algodão deve registrar recuo de 2% na área, após expansão de 5% em 2025. A previsão é de semeadura em 2,05 milhões de hectares, com colheita projetada em 5,47 milhões de toneladas de caroço de algodão, abaixo da safra de 2025.

:: Perspectivas

Para França, a confirmação dessas projeções indicaria atividade mais robusta em 2026, com produção superior ao recorde de 2025. No entanto, ele alerta que fatores externos podem alterar o cenário, como uma eventual crise econômica global que reduza o consumo ou um La Niña mais intenso que comprometa a oferta.

O estudo conclui que, caso o clima colabore, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio pode ser impulsionado pela combinação de safra maior e preços estáveis, reforçando o protagonismo brasileiro no mercado global de grãos.