DATAGRO Abertura de Safra Soja, Milho e Algodão: ciclo 2025/26 começa com projeção de preços acomodados para os grãos e custos de produção mais elevados

Estamos na antessala da nova safra verão de grãos, referente ao período 2025/26, e a previsão inicial é de uma temporada positiva, com avanço de área plantada e projeções de ganhos de produtividade e produção cheia, mas com desafios de um cenário de preços das principais commodities, sobretudo soja e milho, acomodados e custos de produção mais elevados. 

Este foi o quadro traçado por especialistas reunidos no painel 1 da 6ª edição da DATAGRO Abertura de Safra Soja, Milho e Algodão, que acontece nesta quinta-feira (14), em Goiânia (GO). "Ainda atravessamos um ciclo de baixa nas cotações, com valores apertados e custos maiores, então a safra nova será mais desafiadora que a anterior", pontuou o líder da DATAGRO Grãos, Flávio Roberto de França Júnior.

De acordo com o Supervisor de Grupo de Pesquisa da Embrapa Territorial, Rafael Mingoti, nesta jornada, em particular na questão dos custos, a empresa pública de pesquisa agrícola vem mapeando o território brasileiro na busca de áreas que dispõem de matérias-primas para  a fabricação de fertilizantes, a fim de reduzir a dependência do Brasil da importação deste insumos. Já na ponta do pós-colheita, Mingoti lembrou do ainda persistente desafio de infraestrutura logística, em especial o déficit de armazenagem de grãos, já que a produção nacional cresce acima da capacidade de estocagem do País. 

Nesta agenda, o diretor-executivo da Abramilho (Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo), Glauber Silveira, lembrou do potencial do Brasil para aumento de área cultivada, com a oportunidade que desponta de recuperação de pastagens degradadas. Estima-se que existam cerca de 40 milhões de hectares que possam ser reconvertidos para produção agropecuária. "Em Goiás, por exemplo, calculamos 10 milhões de hectares com este potencial", mencionou o presidente da Faeg (Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás) e vice-presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), José Mário Schreiner, que encerrou citando ainda gargalos relacionados a crédito e seguro para o produtor rural.