Quinta, 01 de Agosto de 2024 - 13h39
Compradores internacionais reconhecem rastreabilidade da cotonicultura brasileira
Iniciativa organizada pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) trouxe ao Brasil 21 representantes da indústria têxtil mundial
DATAGRO
Apesar de toda diversidade da cotonicultura brasileira, o compromisso com a qualidade, a responsabilidade na produção e rastreabilidade dos fardos é uma característica no País. Essa foi a percepção que predominou em mais uma etapa da “Missão Compradores”, intercâmbio comercial realizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) - que neste ano mobilizou 21 representantes da indústria têxtil mundial.
Na quarta-feira (31), a delegação passou pelo estado da Bahia, visitando duas fazendas no município de São Desidério: a Warpol, do grupo Busato, e a Nossa Senhora do Carmo, propriedade de Dirceu Montani. A agenda incluiu ainda o Centro de Análise de Fibras da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), em Luís Eduardo Magalhães.
Na fazenda Warpol, o chinês Qi Zhang acompanhou de perto o processo de rastreabilidade. “As amostras de algodão são retiradas assim que saem da prensa. Cada amostra tem um número específico correspondente, que é o mesmo número que vai no fardo, no QR Code. Então é realmente uma rastreabilidade fardo a fardo”, destacou ele.
A “brancura” da pluma baiana também saltou aos olhos de Zhang. “Na etapa de expedição, os fardos são todos separados de maneira uniforme, o que é muito bom para nós, da indústria têxtil. Mas o que mais me chamou a atenção é o quanto o algodão baiano é branco”, comentou.
Júlio Busato, ex-presidente da Abrapa e sócio-proprietário da fazenda Warpol, recebeu de braços abertos a delegação da missão. “É um prazer receber na nossa fazenda os gestores da indústria têxtil global para que eles possam ver de perto o profissionalismo dos produtores de algodão da Bahia. É uma honra para nós”, afirmou. Na fazenda baiana foi possível conferir o uso da irrigação. Hoje, somente 8% da área plantada brasileira irriga alguma etapa do processo produtivo.
Alexandre Schenkel, presidente da Abrapa, explica que no Brasil a irrigação não é a técnica predominante. “Aproveitamos ao máximo a água naturalmente disponível porque nosso foco é a produção responsável e o uso racional dos recursos naturais. Mas quando é necessário, a irrigação entra de forma inteligente, nos talhões onde realmente é necessário”, comentou.
A comitiva conheceu também a estrutura onde será a nova sede e o novo laboratório de análise de algodão da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa). De acordo com o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi, a capacidade de análise será dobrada a partir de 2025.
“Para nós, produtores baianos, é importante receber a “Missão Compradores” porque nos dá a oportunidade de mostrar a eficiência brasileira na produção, em todos os elos da cadeia produtiva”, afirmou Bergamaschi durante a visita. Ele explica que o intercâmbio acaba funcionando também como uma oportunidade para que os cotonicultores recebam feedbacks sobre pontos que ainda podem melhorar no cultivo do algodão.
O sul-coreano Jiwoon Park testemunhou a seriedade do laboratório da Abapa. “Muito organizado, segue os parâmetros internacionais e tem alta confiabilidade nas análises de HVI. Para nós, industriais, é muito importante que o algodão chegue com as mesmas características de qualidade que solicitamos, e ver essa credibilidade nas análises aqui nos dá mais confiança”, pontuou.
Nesta quinta (01), a “Missão Compradores” visita Goiás e segue para Brasília (DF). A comitiva reúne representantes das indústrias têxteis de Bangladesh, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Honduras, Índia, Paquistão e Turquia. Neste ano, o intercâmbio está em sua oitava edição – a primeira ocorreu em 2015.
A “Missão Compradores” é uma das ações do Cotton Brazil, iniciativa que representa internacionalmente o setor produtivo do algodão brasileiro. Coordenado pela Abrapa, o programa é realizado em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e tem apoio da Anea. A missão é realizada em conjunto com as associações estaduais de produtores de algodão de Mato Grosso (Ampa), Bahia (Abapa) e Goiás (Agopa).
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