Segunda, 07 de Janeiro de 2013 - 17h00
Nível de independência das cooperativas agrícolas é baixo, aponta estudo
Falta de boas práticas na contratação de auditorias coloca em risco autonomia de entidades
Globo Rural
Uma pesquisa divulgada pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP/USP) mostrou que o setor de cooperativas agrícolas no Brasil pode não estar cumprindo algumas regras básicas de governança corporativa, principalmente no que se refere às empresas de auditoria contratadas pelas entidades.
De acordo com o estudo, as menores empresas de auditoria têm uma grande representatividade nos serviços para as cooperativas: em 2009, último ano pesquisado, esse número chegou a 83,64% das 55 cooperativas – enquanto as quatro grandes empresas que atuam no setor (KPMG, PWC, Deloitte ToucheTohmatsu, e BDO Trevisan) auditaram apenas 16,36% das cooperativas da amostra.
Acontece que existe uma fundamentação teórica que defende a importância do porte das empresas de auditoria dentro de uma cooperativa, para manter sua independência. Segundo esse embasamento, quando poucos clientes representam grandes parcelas do faturamento de uma empresa, existe um risco nos processos de auditoria feitos por essa empresa. Além disso, é importante também deixar a auditoria externa separada da governança corporativa.
Outro fator recomendado pelos códigos de governança é a rotatividade das auditorias externas a cada cinco anos. No entanto, o estudo da FEA-RP mostrou que quase metade das cooperativas não seguem essa prática. Dentre as entidades que fizerem parte do Ranking Maiores e Melhores nos anos de 2005 até 2009, 47,62% não procederam a rotação de suas empresas de auditoria e permaneceram com as mesma empresa durante um período considerado longo pelos pesquisadores. Essa característica, em certas circunstâncias, pode comprometer a qualidade e o resultado da auditoria, além de não contribuir para a transparência das contas das cooperativas para com os seus associados.
A pesquisa mostrou ainda quegrande parte das empresas de auditoria não estão registradas junto à Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), órgão de representação do cooperativismo brasileiro. A Lei das Cooperativas determina que estas devem aprovar seu balanço geral e relatório do exercício nas Assembleias Gerais Ordinárias. As melhores práticas de governança corporativa indicam que esses balanços sejam auditados por auditorias independentes, credenciadas à entidade para que as características específicas de cada uma sejam conhecidas. No entanto, das 42 empresas que prestaram serviços em cooperativas, entre 2005 e 2009, apenas 21, constam na relação de credenciadas da OCB.
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