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Quinta, 07 de Maio de 2020 - 11h03

Agronegócio brasileiro tem que ampliar mercados, diz ex-ministro Roberto Rodrigues

Segundo ele, exportações agropecuárias precisam ir além da China, almejando, por exemplo, oportunidades na África, Oriente Médio e Índia

DATAGRO

O ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse, nesta quarta-feira (06), em evento online, realizado pelo Instituto de Engenharia (IE), que o Brasil precisa pensar grande e não depender apenas das exportações para China. "Temos um mundo promissor na África, no Oriente Médio e na Índia". Segundo o ex-ministro, a pandemia da COVID-19 fez com que a população brasileira aumentasse o olhar para agricultura, pois a demanda por alimentos não parou e só aumentou, fato que não aconteceu com outras indústrias.

Ainda relacionado à questão do novo coronavírus, Rodrigues citou que três fatores foram alterados na agricultura mundial: proibição de exportação entre alguns países com fechamento de fronteiras, proteção da agricultura local e o consumidor alterando os seus hábitos alimentares, devido ao distanciamento social e isolamento. "O Brasil precisa estar atento neste momento e sei que está pelo ótimo trabalho que tem sido feito pela ministra Tereza Cristina. Entendo que vamos ter que ver quais serão os produtos mais necessários em nosso País e ver também a demanda do mundo", afirmou. 

Durante a transmissão, Roberto Rodrigues explicou como a produção de alimentos deverá aumentar até 2027 para que a população mundial tenha sua demanda por alimentos atendida. Segundo a USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), a oferta de alimentos precisa ser 20% maior no mundo todo para que ninguém passe fome, mas segundo eles, o Brasil tem um amplo potencial, fato que faz com que o nosso País tenha que atingir uma produção de 41% até 2027.

Outro ponto importante mencionado pelo ministro é o escoamento por meio de ferrovias. "Hoje, o grande gargalo da agricultura brasileira é a logística. O sonho dos agricultores brasileiros é ter um escoamento ferroviário, pois ele é mais efetivo, sustentável e mais barato. O transporte de caminhões continuaria sendo fundamental neste modelo, pois precisaríamos dos veículos para levar os alimentos das produções até a linha férrea. Essa necessidade é amplamente visualizada com a produção agrícola presente no Centro Oeste brasileiro", comentou Rodrigues. Para o ex-ministro, o governo precisa agir rapidamente para suprir essa necessidade e ação pode ser feita por meio de PPPs para destravar o modal ferroviário nacional. 

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