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Segunda, 04 de Dezembro de 2017 - 16h40

Brasil perde 34 mi/ton de grãos anualmente por falta de armazéns

Somente 14% da produção agrícola brasileira é armazenada nas fazendas, enquanto que nos Estados Unidos este percentual chega a 65%

DATAGRO

Anualmente, o Brasil perde aproximadamente 34 milhões de toneladas de grãos por falta de uma estrutura adequada de armazenagem em todas as etapas da cadeia produtiva do agronegócio. O cálculo é do especialista em logística, Renato Pavan, e foi detalhado em palestra no seminário Infraestrutura de Transportes e Logística: Visão dos Usuários, promovido nesta segunda-feira (4), em São Paulo, pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Cargas (Anut), e Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom). 

“O ponto mais crítico da falta de armazéns está nas fazendas, uma vez que hoje apenas 14% da produção agrícola brasileira é armazenada nelas, enquanto que nos Estados Unidos esse percentual chega a 65%”, ressalta Pavan, salientando que isso gera ainda mais ineficiência na economia brasileira, já tão prejudicada por conta dos elevados custos causados pelas condições inadequadas das rodovias, ferrovias e portos. “Hoje, o custo da tonelada de grãos transportada de Sorriso, no Mato Grosso, até o porto de Santos é de US$ 102, enquanto nos Estados Unidos não passa de US$ 51, e na Argentina sai por US$ 79.” 

Especificamente no caso da Argentina, Pavan chamou a atenção para planos futuros daquele país em reduzir ainda mais seus custos logísticos para escoamento da safra de grãos. “Está em negociação pelo governo argentino a construção de uma ferrovia de 1.200 quilômetros ligando as regiões produtoras de grãos com os portos no Chile, que deve aumentar a competitividade dos grãos argentinos, além de facilitar o acesso aos mercados asiáticos, pela facilidade de navegação pelo Pacífico. Com isso, a Argentina deve ultrapassar o Brasil em termos de ações para reduzir os custos logísticos, beneficiando sobretudo a sua produção de grãos”, afirmou, salientando ainda que, como o mercado interno argentino é menor, sobra mais produtos para exportação. 

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