Juros do Plano Safra 2015/2016 desestimulam investimentos no campo
Valorização do dólar e juros mais altos elevam os custos de produção
Redação Uagro
O Governo Federal aumentou em 20% o volume de recursos para financiar a safra 2015/2016, colocando no mercado crédito de R$ 187,7 bilhões. Porém as taxas de juros, que variam 7,5% a 8,75%, não agradaram o setor e podem comprometer a produtividade no campo.
Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), por conta da valorização do dólar, os custos com insumos já subiram 6,36% em relação à temporada passada. Em março, período em que começa a compra de insumos para a próxima safra, o câmbio estava 11,5% maior. Agora, com juros mais altos para pré-custeio, o produtor deve enfrentar um dos maiores custos de produção.
Ainda segundo o instituto, faltam apenas 4 meses para o início do plantio da próxima safra e as compras de sementes, fertilizantes ou defensivos estão atrasadas. Só para ter ideia, para custear a próxima safra o produtor ainda terá que desembolsar R$ 12 bilhões. Neste mesmo período do ano passado esse valor era 334% menor, calcula o IMEA.
Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Mato Grosso (Famato), Rui Prado, o atraso no anúncio do plano safra comprometeu as compras dos insumos. “Se não houvesse o atraso, os produtores teriam comprado 69,5% dos insumos até abril e não apenas 22,3%”, explica.
Nas últimas três safras, os insumos representaram 58% dos custos totais de uma lavoura. Nesta temporada, só os agroquímicos foram responsáveis por 53,3% do custo total, fertilizantes cerca de 29,42% e sementes, 17,29%.