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Sexta, 19 de Agosto de 2016 - 09h26

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Área plantada de algodão deverá cair na próxima safra, diz Abrapa

Dificuldade de acesso ao crédito por parte do produtor rural e aumento nos custos da lavoura são os principais motivos para a projeção de queda

Exclusiva Redação Uagro

A área plantada de algodão deverá cair na próxima safra, devido a problemas relacionados a dificuldades de acesso ao crédito por parte dos produtores rurais, bem como pelo aumento nos custos de produção, em razão, da maior incidência de pragas e doenças na cotonicultura nos últimos anos. O diagnóstico é do vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Arlindo de Azevedo Moura, que será o futuro mandatário da entidade a partir de 2017.

Dificuldade de acesso ao crédito e aumento no custo de produção devem impactar no cultivo de algodão (Foto: S2Publicom)

Segundo o dirigente, o custo de produção de um hectare de algodão subiu acentuadamente, se situando hoje em torno de R$ 8 mil. “Na soja e no milho, a despesa é um terço disso, o que faz com que o algodão perca área para estes grãos.” De acordo com Moura, que também é presidente da Vanguarda Agro, empresa especializada na produção e exportação de commodities agrícolas, a redução na área plantada deverá ser maior nos Estados da Bahia e do Piauí. “Goiás deve manter a área, e Mato Grosso pode até aumentar, mas o avanço será insuficiente para evitar o recuo geral.”

No ciclo em vigor, em fase de final da colheita, a produção deverá alcançar cerca de 1,2 milhão de toneladas de algodão, queda de 20% se comparada ao resultado inicialmente previsto. Intempéries climáticas foram as maiores responsáveis pela quebra da safra.

Moura alerta que a produtividade da cotonicultura brasileira está estagnada há praticamente uma década em aproximadamente 300@ por hectare. “Há um desafio para mudarmos este cenário”, diz. Em relação à demanda, o dirigente pontua que a indústria têxtil nacional vem sofrendo com a retração econômica e que as exportações não devem avançar por recuo na oferta, que apesar da crise será destinada ao mercado doméstico. Dados do Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac) apontam que o Brasil é o quinto maior produtor, terceiro exportador e sexto em produtividade da fibra natural.

Globalmente, Moura ressalta que o algodão continua sofrendo forte concorrência das fibras sintéticas, que hoje detém cerca de 70% de participação no mercado mundial. Segundo o dirigente, as quedas no preço do petróleo – matéria-prima básica do produto sintético - e também ganhos de qualidade nas fibras artificiais são as razões para perda de espaço do algodão. “Por isso é que no congresso que realizaremos no próximo ano, iremos discutir dois pontos principais, inovação e rentabilidade na cotonicultura.”

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