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Sexta, 17 de Novembro de 2017 - 15h15

Mudanças climáticas poderão diminuir produção agrícola, diz FAO

Para o diretor da organização, o brasileiro José Graziano, agropecuária precisa investir em um modelo de baixo carbono

DATAGRO

Em pronunciamento na 23ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP23, o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), José Graziano da Silva, alertou que as transformações do clima poderão arrastar milhões de pessoas para um ciclo vicioso de miséria e má nutrição. Até 2050, quedas na produção agrícola associadas às mudanças climáticas poderão elevar em 20% o risco de fome no mundo.

“Não estamos fazendo o suficiente para enfrentar essa grave ameaça”, criticou o dirigente da agência da ONU, lembrando que os países insulares e as nações menos desenvolvidas são “especialmente vulneráveis” às mudanças climáticas.

A produção agrícola ocupa um lugar paradoxal na dinâmica climática – é afetada por suas oscilações, mas é também uma das maiores responsáveis pelas mudanças climáticas. “Pelo menos um quinto das emissões totais de gases do efeito estufa pode ser atribuído ao setor agrícola”, afirmou Graziano.

Apesar dos desafios, Graziano afirmou que ainda há tempo para agir. Segundo ele, a comunidade internacional tem capacidade para erradicar a fome em todas as suas formas até 2030, tal como previsto pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS).

O segmento da produção de alimentos que mais emite gases do efeito estufa é a pecuária. Todavia, “é possível uma pecuária de baixo carbono”, enfatizou o chefe da FAO. A agência estima que técnicas de criação de gado aprimoradas, de fácil implementação, podem reduzir de 20 a 30% as emissões.

“Não basta transformar apenas a forma como produzimos alimentos. A mitigação e a adaptação às mudanças climáticas devem ser integradas em todo o sistema alimentar, desde a produção até o transporte, desde o processamento até o consumo dos alimentos, tanto nas zonas rurais, como nas zonas urbanas”, enfatizou o dirigente.

“Reduzir o desmatamento, recuperar terras e florestas degradadas, acabar com as perdas e o desperdício de alimentos, melhorar o ‘sequestro de carbono’ pelo solo, (promover) a pecuária com baixas emissões, essas são apenas algumas das soluções conhecidas para abordar, ao mesmo tempo, a fome, a pobreza e a sustentabilidade.”

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