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Quinta, 16 de Novembro de 2017 - 09h16

COP23: Brasil destaca benefícios ambientais da ILPF

Pesquisa destaca que Brasil possuía em 2016 11,5 milhões de hectares com alguma configuração de integração de sistemas

DATAGRO

O avanço da adoção de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) no País será ressaltado pela comitiva brasileira que participa da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP 23, que acontece até a próxima sexta-feira (17), em Bonn, na Alemanha.

A ILPF é uma das tecnologias que fazem parte do Plano de Agricultura de Baixo Carbono (Plano ABC). De acordo com pesquisa encomendada pela Rede ILPF, o Brasil possuía em 2016 11,5 milhões de hectares com alguma configuração de integração de sistemas. O número, em crescimento, é dez vezes maior do que a área ocupada pela tecnologia em 2005.

O dado mostra ainda que o Brasil já cumpriu há três anos a meta estipulada pelo Plano ABC em 2009, que era de aumentar em quatro milhões de hectares a área com ILPF até 2020. Com o Acordo de Paris sobre Mudança do Clima, ratificado pelo governo brasileiro em 2016, entretanto, mais cinco milhões de hectares foram acrescentados à meta, com previsão de ser atingida até 2030.

Tecnologia sustentável

A ILPF é uma estratégia de produção que integra diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais dentro de uma mesma área. Podendo ocorrer com cultivo consorciado, rotacionado ou em sucessão, de forma que haja interação benéfica entre os componentes. Pode ocorrer com os três componentes (ILPF), ou com as combinações de dois a dois (ILP, ILF, IPF).

Entre as vantagens desse sistema produtivo estão a intensificação sustentável do uso da terra, a diversificação da produção, a geração de emprego e renda, a conservação do solo, o melhor uso dos recursos naturais e dos insumos, a redução da pressão pela abertura de novas áreas, o bem estar animal e também a mitigação das emissões de gases causadores do efeito estufa.

Como a ILPF se baseia em preceitos conservacionistas, como o plantio direto na palha, a rotação de culturas e a recuperação de pastagens, ela contribui para a maior eficiência produtiva e para aumentar a matéria orgânica no solo.

“Tanto a pastagem quanto a floresta acumulam uma grande quantidade de carbono no solo, que é retirada da atmosfera. De alguma maneira que ainda não conhecemos totalmente, os microrganismos do solo passam a consumir um volume maior de metano, principalmente nas áreas de eucalipto, seja em monocultura ou ILPF. Então a gente tem também o sequestro de metano. Com a melhor qualidade da forragem, o animal tem melhor digestibilidade e passa a emitir menos metano. Além disso, a redução do tempo de vida do animal faz com que ele emita menos durante a vida dele”, enumera o pesquisador da Embrapa Solos e presidente do Conselho Gestor da Rede ILPF, Renato Rodrigues.

Outra contribuição da ILPF, explica o pesquisador, é que como o sistema resulta em aumento da produtividade dos três componentes, há uma redução da intensidade das emissões, taxa calculada pela relação entre a quantidade de quilos de carbono equivalente emitido e o volume em quilos de produto gerado.

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