SRB

SRB

“Capital é mal tratado no Brasil”, diz CEO da Brasil Agro

segunda-feira, 02 de setembro de 2013 - 12h18

Ronaldo Luiz

“O capital é mal tratado no Brasil”, disse Julio Toledo Piza (foto), CEO da BrasilAgro, uma das maiores empresas produtoras de grãos e cana-de-açúcar do País.

A afirmação ocorreu na noite desta quarta-feira (28), durante mais um seminário organizado pela Rural Jovem, na sede Sociedade Rural Brasileira (SRB), em São Paulo (SP). Para Piza, o Brasil tem um ambiente regulatório falho, e que esta insegurança jurídica tem represado investimentos na atividade agrícola.

Segundo o executivo, a complexidade nas legislações [ambiental e trabalhista] e impasses na questão do uso de capital estrangeiro em aquisições no setor são desafios que geram insegurança jurídica a empreendedores, empresários e investidores. “Cada dia é uma coisa nova, é um quadro meio surreal. Eu não consigo, por exemplo, explicar para um investidor de fora a lógica disso.”

Segundo Piza, a burocracia que permeia as obrigações regulatórias também é outra chaga do País. De acordo com o executivo, “são tantos requisitos, que surgem da noite para o dia, que muitos não conseguem cumprir, e aí ficam expostos”.

Ademais, Piza citou os problemas de infraestrutura logística como outro entrave à competitividade dos setores produtivos. “Principalmente os portos”, ressaltou.

Competição

Na avaliação do executivo, há uma acentuada tendência de uma maior competição por capital nos mercados internacionais, e que isso pode trazer riscos para o Brasil, que necessita cada vez mais de novos recursos para seguir em frente. “A retomada da economia dos Estados Unidos, e a China alterando seu foco de poupança para investimento são fatores que funcionam como imã para a atração de investimentos nestes países.”

Na opinião de Piza, há, no momento, uma janela de oportunidades significativa para o agro brasileiro, em função de que a demanda mundial por produtos agropecuários ser superior à oferta. Segundo ele, no curto prazo as coisas caminharão bem. Todavia, o executivo alertou que se nada for feito para que o Brasil tenha um ambiente mais “amigável” ao setor produtivo – o que favorecerá sua competitividade – a concorrência no comércio agrícola internacional se acirrará.

Tags: