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CONSUMO FAMILIAR: UM OÁSIS

quinta-feira, 28 de março de 2013 - 11h39

 

Em que pese o número tímido da evolução do PIB (+0,9%) e o duplo recuo da indústria (-0,8%) e da agropecuária (-2,4%) em 2012, há outro número que chama a atenção no balanço das contas brasileiras, divulgado pelo governo no primeiro dia de março: é o crescimento de 3,1% no consumo das famílias.

É um índice três vezes melhor que o do PIB e confirma uma série histórica positiva de 9 anos, período em que o consumo familiar cresceu sem parar. E há um detalhe bem interessante no comportamento desse índice, durante o final do ano passado: no último trimestre de 2012 ele registrou avanço de 1,2%, desempenho que projeta um aumento de 4,7% para 2013, se o índice for anualizado.

Parte importante desse crescimento dos gastos familiares está associada à ascensão de renda das classes C/D/E, dentro da estratégia brasileira de inclusão social e fortalecimento do mercado interno, que inclusive gerou boa parte do fôlego com o qual o Brasil vem driblando a crise mundial, desde 2008.

Com essa evolução na renda disponível, as classes da base social abrem caminho para a sociedade de consumo e uma de suas portas de entrada é o consumo maior de proteínas, como aliás ficou bem caracterizado na época do Plano Real, que até ganhou como símbolo um frango, cujo consumo então disparou.

A economia brasileira, ao que tudo indica, continuará morna em 2013 e os países desenvolvidos ainda estarão de barbas de molho, a bordo de suas próprias crises econômicas. Mas o agronegócio está em uma faixa de consumo que vem apresentando mais vigor, conforme indica a tendência dos gastos familiares, comentada acima.

Não vamos esquecer isso. Está certo que, em tempos difíceis, a tradição recomenda cautela nos negócios e aprimoramento das ferramentas de gestão. Mas ao mesmo tempo não vamos perder terreno e fôlego na tecnologia, pois nascem dela os principais fatores que fazem o crescimento e a sustentabilidade no agronegócio.

Economia em ritmo moderado e consumo familiar evoluindo de modo mais dinâmico. O medo de um fraco desempenho da economia convivendo lado a lado com a oportunidade representada pelo potencial de expansão do consumo alimentar no mercado interno, principalmente do ponto de vista qualitativo.

Este é um momento para se reforçar ainda mais o conceito das marcas e das categorias de produtos do agronegócio, na mente dos consumidores. Também para quebrar paradigmas e observar que o vetor de crescimento do consumo familiar vai do Sul para o Norte/Nordeste, áreas em que a redistribuição de renda deu-se com mais força, reduzindo inclusive a migração.

Dúvidas sobre a recuperação econômica e promessas de alivio no oásis do consumo alimentar. Esta pode ser a pintura do ambiente mercadológico do agronegócio, em 2013. Um cenário que pede foco absoluto na gestão, atitude emocional de líder e criatividade em marketing – principalmente esta última, pois os recursos tendem a ser escassos.

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